Nome Popular: Tamareira
Nome Científico: Phoenix Dactylifera
Origens:
Califórnia > EUA – Encontre no Google Earth
Israel – Encontre no Google Earth
Tunísia – Encontre no Google Earth
Luxor > Egito – Encontre no Google Earth
Oásis di Siwa > Egito – Encontre no Google Earth
Comumente conhecida como Tamareira Verdadeira, cheia de histórias e aventuras acompanhando o ser humano que ocupou-se por milhares de anos a cultivar desde a sua região de origem nos Oásis das zonas desérticas do norte da África assim como possivelmente existente em menor quantidade no Sudoeste da Ásia, passando a outros continentes onde atualmente são produzidas suas Tâmaras com seleção de variedades, técnicas e logísticas comerciais adaptadas às condições de cada localidade de produção.
Seus Frutos comestíveis e de grande valor nutricional alcança o mercado de todo mundo com grande sucesso.
A nossa humilde experiência em Kaa M’Bara iniciou-se em 2001 e delinea-se através principalmente da minha curiosidade e expectativa profissional que tendo tido a possibilidade de adquirir as espetaculares Tâmaras em mercados tradicionais Europeus e também visitar ‘in loco’ algumas regiões onde a Tamareira faz parte da normal paisagem nas zonas específicas de produção decidi analizar o aspecto da germinação ‘in vitro’ inicialmente com as sementes de Tâmaras comerciais de proveniências diversas (California, Israel, Tunisia, Egito) e todas estas são variedades distintas em tamanho e embalagem segundo o País de origem.
A descrição que segue de forma semi-sucinta da minha modesta experiência referente às origens e também um pouco de historia individual de cada uma das 4 Plantas existentes, penso possa ser interessante do ponto de vista ilustrativo.
As Tâmaras de produção comercial da California (USA) adquiridas em supermercados no cantão de lingua Italiana na Suiça e mais precisamente em Lugano podem ser encontradas praticamente durante todo o ano. Para mim era vantajoso porque sou um apreciador deste precioso fruto que era sempre disponível. As Sementes oriundas destes frutos foram motivo das minhas primeiras observações durante algum período assim como o desenvolvimento inicial muito lento, apesar de um desenvolvimento radicular mais expressivo. A partir desta observação dei sequência com as demais variedades o que resultaram positivas excluindo algumas Tâmaras de origem Israeliana que tinham baixo índice de germinação apesar da ótima qualidade.
Coincidentemente iniciou o nosso periodo de férias em países como a Tunísia, Egito e Marrocos e naturalmente me aguçou a curiosidade dentro das possibilidades que se apresentaram de poder observar diretamente o desenvolvimento da Phoenix Dactylifera em cada país o seu habitat natural e as várias diferenças entre elas no que diz respeito ao tipo de Tâmaras.
1- Já em 2002 trouxe para Kaa M’Bara as primeiras sementes das Tâmaras comerciais da Califórnia adquiridas poucos dias antes da nossa viagem a qual teve um percurso diferenciado passando por Brasilia onde ficamos por alguns dias antes de prosseguirmos para o ES.
A Semeadura foi feita em Março de 2002 em sacolas plásticas de aproximadamente 1L e em terra comum não adubada. Em Julho de 2003 pude observar o êxito da germinação e o estado de desenvolvimento das primeiras plantas com aproximadamente 30cm de altura, duas folhas somente e sistema radicular bem desenvolvido. Transferi todas as Mudas para vasos maiores de 11L.
Em Julho/Agosto 2004 eu plantei a primeira muda onde se desenvolveu bem e onde ainda se encontra hoje. Ainda não floresceu, portanto desconheço o sexo das futuras flores já que sendo plantas dióicas produzem as flores masculinas e femininas em plantas separadas. Acontecerá um dia e espero que seja produtora de inflorescência feminina para que possa gerar boas Tâmaras que seria o ponto culminante das minhas observações.
2- A partir de 2004 iniciamos a visitar o Egito onde estivemos 3 vezes em localidades de interesse turístico diferente entre si. É um país com inúmeras evidências históricas e raras belezas de grande importância do ponto de vista da arqueologia antiga.
Viajamos para Marsa Alam quando ainda estava no início do seu desenvolvimento turístico às margens do Mar Vermelho e na borda do Sahara Oriental além do Rio Nilo. De Marsa Alam iniciamos a visitar as cidades vizinhas em especial Al Quseir (Al Qusair) onde a vida ainda transcorria de maneira antiga e segundo o Guia Egípcio era considerada a cidade mais arcaica do Egito.
Diz a tradição Cristã sob forma de historias e lendas que a Familia de José, Maria e Jesús tenham atravessado o Mar Vermelho neste ponto de Al Quseir de retorno para a Galileia.
Pude observar algumas Tamareiras antigas que produziam frutos grandes e de coloração amarelada mas devido às circunstâncias locais e o horário das preces religiosas e escurecendo em seguida não pude acessar o local onde se encontravam perto da Mesquita e assim sendo não pude coletar os almejados frutos. Adquiri porém alguns de um vendedor local porem os frutos ja estavam em fase de acidificação e as sementes fermentadas.
Dias depois já no resort recebemos a visita de um grupo que propuseram uma viagem turistica até a cidade de Luxor e, apesar do momento particular no qual estava acontecendo atos terrorísticos no país nós decidimos de aventurar na viagem percorrendo a margem do Mar Vermelho até a localidade de Safaga onde pudemos descer do ônibus para controle militar e no aguardo de outros veículos que compuseram a caravana, assim como dos militares os quais super armados nos acompanharam atravessando o deserto pela Rodovia 244 e 246 em direção ao Rio Nilo para chegar a Luxor.
Após a visita ao Vale dos Reis e ter podido ver as várias Tombas de alguns Faraós e sob uma temperatura de 52*C fomos visitar a fábrica de artefatos de modelos antigos feitos com Alabastro pelos descendentes diretos egípcios dos escravos que ali trabalharam para os Faraós. Prosseguimos em direção ao Restaurante que ficava na outra margem do Rio Nilo e neste momento histórico deram-me a honra de guiar a embarcação com 15 turistas, o Capitão e mais dois marinheiros. Certamente foi para mim uma experiência sem igual poder atravessar o famoso Rio Nilo e chegar em Luxor. Para aportar o Capitão me ajudou. Almoço e novamente na rua a visitar o museu, escola e fábrica de papel feito com o Papiro. A temperatura à sombra era de 46*C. Em seguida fomos visitar o majestoso Templo de Karnak. Aqui inicia a história da Tamareira de Kaa M’Bara atualmente em plena produção. Após prosseguir por aproximadamente 200m chegamos no portal da entrada do Templo que aconselho sempre as pessoas de irem visitar devido às conclusões que cada um de nós individualmente consegue interpretar após as reflexões que se faz em reconhecer o mérito dos feitos nas construções de rara beleza e precisão.
No percurso encontram-se algumas velhas e altíssimas Tamareiras, presumo centenárias, magníficas e de uma dessas num ato aventuroso sob os olhos de um guardião tive a sorte de conseguir recolher 3 Frutos maduros dos quais pude fazer no Brasil em Julho de 2003 mudas restando somente uma a qual para nossa surpresa floresceu com flores femininas e foi polinizada por via entomofila e anemofila com pólen da Tamareira do Oásis de Siwa que floresceu concomitantemente. Uma grande sorte poder observar este espetáculo para mim muito importante.
3- O Oasis di Siwa é uma localidade que se situa a 300km aproximadamente de Alexandria situada na costa do Mediterrâneo.
Às margens do Lago de Siwa se produz Tâmaras especiais e muito doces desde os tempos que antecederam a Cleopatra.
O local é de rara beleza. Os 3 frutos me foram presenteados em 2003 pela Sra. Grazia Bassi após uma sua viagem ao Oasis de Siwa. No mesmo ano semeei no mes de Julho porem somente uma germinou dando origem à planta que se encontra em Kaa M’Bara. Esta Tamareira floresceu já com 6 ou 7 anos de idade e as sua inflorescência é do Sexo masculino, responsável atualmente pelo fator de polinização. É uma planta majestosa e de crescimento rápido.
4- Segundo a minha interpretação o percurso que fizemos em 2006 na Tunísia durante um nosso período de férias na Pascoa de 2005 foi o mais variado e longo para chegar ao meu objetivo para poder visitar o Espetacular Oasis de Tozeur na parte interna do País e já próximo da Fronteira com a Argélia.
Partimos cedo do nosso Hotel perto de Monastir em direção ao Anfiteatro Romano de El Djem. Uma réplica do Coloseum de Roma. De El Djem prosseguimos para Matmata, onde existem as moradias trogloditas e onde foi rodada algumas partes da Guerra nas Estrelas. Seguimos em direção a Tozeur passando por Tamezret e o famoso Lago Salgado de Chott El Jerid. Após pernoitar em Tozeur fomos visitar visitar a parte desertica arenosa e os oásis de montanha e cachoeiras de Chebika e Tamerza já na imediata fronteira com a Argélia. No dia seguinte fomos visitar o famoso Oásis de Tozeur em comum acordo com o Guia Turístico o qual tambem nos acompanhou em uma Carroça puxada por um velho e cansado cavalo de cor branca. Após 5 minutos chegamos e desci da Carroça e abri um tipo rústico de porteira para entrarmos no Oásis onde milhares de Tamareiras organizadas em Talhões familiares estavam sendo trabalhadas na colheita das Tâmaras em um processo simples, penso eu, praticado desde sempre.
Como não tínhamos muito tempo disponível adquiri 3 cachos de Tâmaras que vi terem sido apenas colhidas. Pulamos o café da manhã mas os nossos acompanhantes de viagem, turístas italianos se preocuparam conosco nos reservaram um pouco de pão e café. Assim sendo prosseguimos a nossa viagem deixando para trás o Oásis de Tozeur que por 2800 anos vem produzindo Tâmaras desde a sua criação pelos Soldados Romanos os quais haviam trazido as valiosas sementes da região da Mesopotâmia. Contente da realização e com 3 Cachos de Tâmaras (10 Euros cada) resolvi por gratidão oferecer aos nossos acompanhantes os quais aceitaram de bom grado com a condição de entregar-me as sementes. Foi um sucesso. Após o almoço prosseguimos em direção a Monastir mas paramos em uma parada em uma localidade da qual não me lembro o nome e ali pudemos ver a maior plantação de Oliveiras irrigadas Gota a Gota que presenciei na minha experiencia, parecendo um mar verde em pleno deserto. Tive de usar da oportunidade que se apresentou para entrar em meio às Oliveiras e poder observá-las.
Já em Qayrawan visitamos uma fabrica de tapetes onde adquirimos uma pequena parte que representava 10% das cenas da famosa historia das Mil e uma Noites ilustrada em um tapete muito maior também a venda mas muito caro. As mulheres Tunisinas são eximias artesãs e os Tapetes de ótima qualidade mesmo diferenviando-se dis tapetes iranianos.
No dia seguinte visitamos a Medina de Monastir. Um grande mercado!
Naquele mesmo ano de 2006 nós viemos ao Brasil no final do mês de Junho e semeei centenas de sementes oriundas de Tozeur. Plantei uma delas em Kaa M’Bara 2 anos depois onde hoje se apresenta como uma magnífica planta, a qual ainda não floresceu, portanto não pude determinar o sexo das flores.
Boa Sorte para o futuro!
5- No inverno Europeu em fevereiro de 2010 fomos a Sharm El Sheikh porém apesar da beleza local, linda praia, quase que artificial aos pés das majestosas montanhas do Sinai.
Resolvemos aceitar a proposta de uma visita ao Cairo atravessando as encostas do Sinai e em Suez atravessamos o tunel sob o Canal de Suez para prosseguir para Giza onde se situam as conhecidas e enigmáticas Pirâmides. No Cairo não consegui colher as Tâmaras de Tamareiras locais devido a grande quantidade de militares em toda a região, acho que já era a preparação da primavera arabe de 2011.
O antigo Museu do Cairo semi aberto nos proporcionou uma visita inesquecível e ja que o novo museu esta aberto ao publico pode ser uma meta para visitação.
Concluindo, esta foi a maneira simples de contar as trajetórias para trazer as recordações sob forma de sementes e que hoje vivem em Kaa M’Bara.
Tamareira da Califórnia
Tamareira da Tunísia
Tamareira da Siwa (Inflorência de Sexo Masculino)
Tamareira de Luxor (Inflorência de Sexo Feminino)
Frutos da Tamareira de Luxor